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Foto do escritorcaburecoletivodeco

Sono Sereno, exposição da fotógrafa e jornalista Géssica Amorim, traz um diálogo entre morte, fotografia e afeto

A mostra reúne acervos familiares de pessoas falecidas antes de serem sepultadas

Vanessa, Sítio dos Nunes, 1988

Uma reflexão sobre morte, processo de luto e cultura sertaneja: esse é o tema da exposição “Sonos Sereno”, da fotógrafa e jornalista Géssica Amorim. Através da reunião de registros familiares de pessoas falecidas antes de serem sepultadas, a exposição reflete o uso da fotografia na construção de memórias afetivas como forma de homenagear os mortos e atenuar a dor da perda. A abertura acontece no dia 03 de outubro (quinta-feira) e será aberta ao público.


Com retratos de famílias das cidades pernambucanas de Betânia e Flores, nos sertões do Moxotó e Pajeú, respectivamente, as fotografias mostram a quietude dos defuntos e refletem os costumes diante da finitude. “Sono Sereno” é fruto da pesquisa e da análise de imagens de uma prática que caracterizou, por muito tempo, um dos mais comuns rituais fúnebres durante o processo de luto: o registro fotográfico de pessoas falecidas antes de serem sepultadas e a sua valorização e afeição em contextos familiares.


“Estar diante da inexorabilidade da morte pode causar estranheza, ser algo ruim, sombrio e tenebroso, mas também pode haver beleza e poesia na retenção da última imagem de uma pessoa morta”, afirma Géssica Amorim.


Acervo da exposição


Para a jornalista, professora e pesquisadora Fabiana Moraes, que assina o texto curatorial, as fotografias conseguem trazer, delicadamente, um aspecto que talvez nos desconcerte ou escape. "Ali, no meio dos caixões e das buganvílias rosas, das roupas gastas e dos olhares solenes, há o peso denso da ternura”, escreveu.


A exposição acontece na Galeria Baobá da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), localizada no edifício Francisco Ribeiro Pinto Guimarães, em Casa Forte. A entrada é gratuita, a partir das 16h.


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