RETRATO
Editorial
A memória é um movimento quase involuntário de escolher o que guardar, uma interpretação do que se passou a partir das lentes do presente. É fincar o pé naquilo que traz segurança, para que os planos, as ideias inovadoras e as mudanças possam fluir em paz, diante da certeza de ter para onde voltar.
Essa memória, por sua vez, está em toda parte. Como afirma Barbara Bittencourt, editora do Especial Retrato, “a memória é um testemunho de que o passado ainda vive entre nós. Se é que podemos chamá-lo de passado”. Na cultura popular, nas práticas de outros tempos, nas histórias das pessoas e dos lugares, ela mostra sua resiliência.
Por muito tempo, acreditamos que podíamos aprisioná-las em fotografias. Era só “bater o retrato” e todo um contexto poderia ser fielmente representado. Mas imagina, política, economia, desigualdades, afetos, caber tudo numa imagem só? E quanto poder para esse ou essa tal retratista de escolher o foco, o enquadramento e até o que fica na luz e o que se esconde na sombra.
Nós, jornalistas, somos um pouco retratistas. A partir de uma dada realidade, tomamos a função de “bater o retrato”, escolhendo o que entra ou não, e de que forma, no álbum. É desse jeito que contribuímos com a construção da memória coletiva.
O Projeto Retrato põe luz sobre a memória, tendo o Recife como cenário. Entre fatos conhecidos e outros nem tanto, a proposta traz um olhar especial sobre a cidade, suas histórias, seus personagens e, claro, enredos nem sempre exclusivos do álbum da capital pernambucana.
Usando e abusando da diversidade de gêneros jornalísticos, a Caburé Coletivo e equipe de colaboradores põe na rua o seu próprio retrato.




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A história que as ruas de Recife não contam
Reportagem
Os nomes de logradouros da capital pernambucana revelam a persistência em preservar uma memória que invisibiliza mulheres